International Superstar Soccer é um dos maiores clássicos de futebol dos videogames. Lançado originalmente para Super Nintendo em novembro de 1994 no Japão e maio de 1995 nas Américas, o jogo da Konami virou febre no Brasil e serviu de origem para a franquia Pro Evolution Soccer, que recebe novos capítulos anuais até hoje. Relembre em nossa pauta especial 10 curiosidades sobre a história da franquia International Superstar Soccer.

O jogo mais realista de sua época

Apesar de ser um dos jogos de futebol mais conhecidos e queridos de todos os tempos, International Superstar Soccer, ou ISSS, não foi a primeira empreitada da Konami na área. Desde 1985 a empresa tentava emplacar um sucesso no gênero, já que o futebol também é um esporte bastante popular no Japão. Konami’s Soccer, Exciting Soccer Konami Cup e Konami Hyper Soccer foram lançados para MSX e NES serviram todos como aprendizado para a empresa estabelecer, aos poucos, os moldes do gameplay de ISSS.

Diferente dos concorrentes e de seus predecessores, ISSS teve grande destaque por focar na busca do realismo e simulação, ao invés das partidas caricatas mais arcade que eram o padrão da época. Em busca das proporções mais fiéis, ISSS trouxe o maior gol já visto nos jogos até então, algo necessário considerando o tamanho dos atletas, mas também uma bela conquista técnica divisora de águas no entretenimento eletrônico. Com a grande distância entre as traves, foi possível fazer chutes colocados e precisos pela primeira vez nos videogames.

O "pai" de Winning Eleven e PES

ISSS fez tanto sucesso que virou o paradigma de excelência em simulação de futebol, com ports e novas versões lançadas por anos a fio. Contando as versões Deluxe, 64, 98, 2000, ISSS 1, 2 e 3, a série desenvolvida pela Konami Computer Entertainment Osaka apareceu no Super Nintendo, Mega Drive, Nintendo 64, GameBoy Advance, GameBoy Color, PlayStation 1 e 2, GameCube, Xbox e PC.

Seu derivado de maior sucesso foi a franquia Winning Eleven, extremamente popular no Japão, onde o craque brasileiro Zico estampou várias capas e material promocional dos games. No ocidente, WE ficou conhecida pelo nome de Pro Evolution Soccer, o nosso PES. Desenvolvido pela Konami Entertainment Tokyo, a série spin-off herdou inúmeras mecânicas de ISSS, mas fez tanto sucesso que acabou tomando seu lugar de destaque e assumindo o posto de principal simulador da Konami, com edições anuais lançadas desde 1997.

As nostálgicas versões brasileiras

ISSS era febre nas locadoras e lojas de videogame brasileiras mas, como os cartuchos originais da época eram muito caros e nem todos tinham condições de adquirir produtos oficiais, os brasileiros deram um jeitinho e criaram cartuchos piratas com tempero nacional. Nas modificações dos cartuchos paralelos, ISSS mantinha seu excelente gameplay, mas trazia times e elencos modificados, com direito a inéditos menus em português.

Da mesma forma que PES ainda é jogado em sua versão Bomba Patch, ISSS fazia sucesso com os cartuchos falsificados do Campeonato Brasileiro, especialmente com a versão Ronaldinho Campeonato Brasileiro 98, que colocava o fenômeno em grande destaque nos menus do jogo, com elencos da primeira divisão brasileira todos com seus nomes corretos da época.

Infames elencos genéricos

Apesar de apresentar um realismo até então sem precedentes nos videogames, com gráficos de ponta e ótima física da bola em campo, ISSS não investiu em licenças oficiais, então os elencos das poucas seleções presentes no jogo apresentavam versões alternativas dos nomes verdadeiros dos atletas.

Era uma diversão à parte tentar adivinhar quem eram os jogadores do game. A seleção brasileira, muito popular entre os jogadores da época graças ao título na Copa do Mundo FIFA de 1994, era formada por Da Silva, Cícero, Paco, Vicento, Ferreira, Santos, Pardilla, roca, Beranco, Gomez e Allejo. Por décadas os jogadores se pergunt

... avam quem eram os jogadores que inspiraram esses apelidos enigmáticos.

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A verdade sobre os jogadores revelada!

Foi apenas em fevereiro de 2019 que a Konami enfim revelou a verdade, com uma postagem oficial em suas redes sociais indicando algumas das alcunhas mais curiosas. Da Seleção Brasileira, Gomez era Romário, Allejo era Bebeto, Fontana era Raí e Paco era Ricardo Rocha. Na Argentina, Maradona virou Redonda e Batistuta virou Capitale. O Francês Djorkaeff era Dubbois, e o Holandês Gullit era Van Wijk.

O craque alemão Matthaus foi apelidado de Kolle, enquanto o português Figo era Paz. Na potência Itália, Del Piero era chamado de Fidrini, e Maldini era Premoli. Por fim, o galês Ian Rush foi apelidado de Jenkins. Embora alguns nomes continuem envoltos em mistério, foi legal descobrir quem realmente era o grande mito Allejo, eterno xodó da seleção canarinho, que tem até camisetas personalizadas à venda em sites de leilão!

A dica clássica do juiz cachorro

Um dos cheats mais conhecidos dos videogames é o macete que permite transformar a equipe de arbitragem em fofos cachorrinhos correndo pelo campo. Para fazer isso basta apertar o clássico Konami Code, presente em dezenas de jogos da empresa, desde Contra e Life Force até o simulador de futebol.

Na tela de apresentação do game, aperte no direcional cima, cima, baixo, baixo, esquerda, direita, esquerda, direita, e então os botões B e depois A. Isso afetará imediatamente o árbitro das suas partidas. Lembre que, apesar de ser associada a toda a franquia ISSS, a dica só pode ser usada na versão Deluxe! O humor continuou em alta na série depois disso e, no Nintendo 64, a mesma dica habilitava o infame modo cabeção, com atletas caricatos.

Um bug bizarro muito apelão

Quando um jogador de futebol faz um gol chutando do meio de campo, costuma-se dizer que foi “o gol que Pelé não fez”. Talvez o Rei do Futebol devesse jogar um pouco de ISSS, já que, ao menos no jogo da Konami para Super Nintendo, é muito fácil fazer esse gol graças a um bug na programação do game.

Como a inteligência artificial da época era bastante limitada, bastava posicionar um jogador na intermediária do campo e, ao invés de apertar o botão de chute, pressionar o botão de cruzamento. Posicionado no meio de campo, em todas as vezes esse lançamento dava certo e resultava em gol, o que era uma grande e injusta apelação.

Inovador sistema de motivação

A dica do juiz canino não é o único truque escondido em ISSS. Também na tela inicial, o jogador pode digitar a combinação cima, cima, baixo, baixo, esquerda, direita, esquerda, direita, B, A e Start no segundo joystick, o do player 2, para acionar outra dica. Atenção, é essencial que o controle que fizer este comando esteja na segunda entrada do console!

Com isso, todos os jogadores do seu elenco estarão com a condição de alegria máxima nos emojis. Estes emojis associados ao condicionamento físico são outra grande sacada de ISSS, já que o jogo popularizou o sistema de condicionamento físico. Quanto mais feliz estiver a carinha ao lado do nome dos jogadores, melhor será seu rendimento em campo. Como curiosidade, o mesmo layout visual de desempenho foi mantido nas sequências Deluxe, 64, e até mesmo na franquia Winning Eleven!

Ele é a voz da emoção

Quando o primeiro ISSS chegou ao SNES, ainda era coisa rara encontrar vozes digitalizadas nos cartuchos, que tinham pouca capacidade de armazenamento de dados. Ainda assim, ISSS empolgava com altos e vibrantes gritos de “Gol!”, algo que virou sua marca registrada por anos a fio.

Apesar de não ser muito conhecido no Brasil, Jon Kabira é um grande talento e celebridade nas rádios e televisão do Japão. No mundo dos games, ele é conhecido graças à sua marcante narração nas partidas de Winning Eleven. Há vários memes e montagens internet afora celebrando seus gritos de “Goru! Goru! Goruuuu!”, então vale a pena conhecer seu trabalho.

Sucesso comercial e carinho com o Brasil

Se considerarmos que ISSS é o precursor de Winning Eleven, e que esta, por sua vez, é a origem de Pro Evolution Soccer, os jogos de futebol da Konami, quando somados, já ultrapassaram a impressionante marca de 100 milhões de unidades vendidas entre seus diferentes capítulos, o que a torna uma das 20 séries mais vendidas da história, segundo os sites VgChartz e VGFandom. Só no Japão, o primeiro ISSS vendeu pouco mais de 250.000 cópias no Super Famicom, um número muito expressivo para a década de 1990.

O bom relacionamento comercial com o Brasil e a recepção calorosa que ISSS, WE e PES sempre tiveram por aqui não passaram batido pela Konami, que nos últimos anos se dedica com afinco a trazer conteúdo focado na base brasileira de fãs, como a inclusão de estádios oficiais da primeira divisão do Campeonato Brasileiro, Lendas do esporte com atletas clássicos da nossa Seleção, como Romário e Denílson, além de menus, textos e vozes em português. Tudo isso graças ao sucesso que ISSS conquistou em 1995, quando foi lançado nos Estados Unidos e Brasil.

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