O lançamento do LG G7 trouxe à tona um questionamento: quando a marca sul-coreana deixou de ser importante no mundo dos smartphones? A ficha técnica do celular tem tudo que os amantes deste meio querem: processador robusto (o Snapdragon 845), dual câmera com direito a modo retrato, poucos aplicativos instalados de fábrica e diversas opções de cor. Só falta saber o preço do LG G7, que permanece um mistério. De resto, parece ser um telefone competente.
Ainda assim, os consumidores receberam as novidades com pé atrás. Este mesmo receio está comigo depois de brincar com o dispositivo por algumas horas para apresentar este primeiro test drive – usando uma unidade de pré-produção sem software final. Confira, a seguir, as primeiras impressões. Os quadros com as especificações estão ao fim do artigo.
É inegável que os sul-coreanos fizeram um bom trabalho de perceber quais são as necessidades mais latentes dos usuários em busca de um smartphone flagship – daria para traduzir como “carro-chefe”.
Tome como exemplo o processador Snapdragon 845, o mesmo visto no Galaxy S9 brasileiro e no Xperia XZ2. Ele desempenha com velocidade as funções do dia a dia, como puxar a central de notificações, iniciar rapidamente um aplicativo ou carregar uma planilha repleta de informações. A navegação na internet também não sofre engasgos.
Considere ainda que o LG G7 traz memória RAM de 4 GB, enquanto a edição Plus tem 6 GB. Ou seja, garantia de desempenho consistente nestes primeiros meses de uso.
A tela de 6,1 polegadas conta com painel em LCD. Não chega a ser um OLED, mas tem tudo para atender parcela importante dos consumidores, principalmente porque o preço final tende a ser menor do que os rivais com a tecnologia mais avançada. O modo de ultra-brilho se mostra valioso naqueles dias em que o sol está brilhando além da conta e fica impossível ler o que está escrito no display. Cá em Nova York, tomei um dia de calor para fazer o experimento e pude comprovar que a opção é bem-vinda.
A fabricante sustenta que o LG G7 tem a tela mais brilhante do mercado, com 1.000 nits (medida de luminância). Calma lá, o Galaxy S9 tem tela com 1.130 nits, certo? Exatamente. Só que o painel em LCD permite ser iluminado por completo e no máximo. Enquanto isso, o Super AMOLED do rival da Samsung possibilita a iluminação no máximo, mas não na tela inteira, de acordo com o gerente de produtos Renato Cechetti, da LG.
Aquilo que virou praxe em outros telefones de mesma envergadura financeira também está no G7: resolução elevada, tela com cantos arredondados e o topete. A esperteza da LG foi em adicionar uma série de opções para personalizar o recorte na parte de cima. Ao menos no primeiro contato, ficou mais interessante deixar o tal "notch" com fundo preto e emular os cantos arredondados via software. A aparência fica mais elegante e discreta, enquanto o usuário continua vendo os ícones de notificações e demais informações que o Android exibe no topo.
A câmera dupla posicionada na traseira faz boas fotos em ambiente iluminado. Tanto as fotografias com a lente teleobjetiva quanto aquelas feitas com a grande angular têm excelente nível de detalhes e cores fiéis à natureza.
O ponto é que vários smartphones também ostentam câmeras espetaculares, e nesta seara, pequenos diferenciais podem suprir necessidades específicas dos consumidores. O modo retrato, por exemplo, poderia ser um trunfo da LG. Pena que não foi possível testá-lo. Hoje em dia vemos a Apple e a Samsung duelando pelo mais belo retrato, mas tanto o S9 quanto o iPhone X podem melhorar.
A inteligência artificial (AI) que identifica o que está na cena também me parece inócua, ao menos por enquanto. Ao preparar uma selfie, o G7 percebeu que havia um indivíduo (eu!) diante dela. A tela passou a mostrar "1 pessoa". Clicar ali fez surgir quatro opções de filtros, com prévia em tempo real. Pouco empolgante, certo?
Por fim, o áudio turbinado chamou a atenção no anúncio global do produto. A engenharia para transformar o corpo do celular numa caixa de ressonância faz com que o áudio fique mais alto. No entanto, há relatos da imprensa estrangeira de que a tecnologia não deve nada ao Huawei P20 Pro – modelo anunciado em março.
Falta algo que faça o consumidor desejar o LG G7. Talvez essa sensação de descrédito tenha a ver com o design bem menos premium do que em outros dispositivos que atualmente brigam pela atenção dos usuários. A parte de trás chega a ser pobre. A interface do sistema da LG também está pasteurizada há anos.
Outro grande talvez está associado ao valor: não se sabe quanto os sul-coreanos pretendem cobrar pelo LG G7 no Brasil ou nos Estados Unidos. Seria uma grata surpresa se ele viesse a um preço competitivo – por competitivo, leia-se: mais barato do que a opção mais avançada (e com muito mais sex appeal) da Samsung. A fabricante errou rude ao anunciar o LG G6 pelo mesmo preço do Galaxy S8. Que isso não se repita.
Ficha técnica – LG G7
- Tamanho da tela: 6,1 polegadas
- Resolução da tela: QHD+ (3120 × 1440 pixels)
- Formato da tela: 19,5:9.
- Câmera principal: teleobjetiva (16 MP, f/1.6 e 71º) e grande angular (16 MP, f/1.9 e 107º)
- Câmera frontal: grande angular (8 MP, f/1.9 e 80º)
- Sistema: Android 8 Oreo
- Processador: Qualcomm Snapdragon 845 (8 núcleos)
- Memória RAM: 4 GB
- Armazenamento (memória interna): 64 GB
- Cartão microSD: compatível
- Capacidade da bateria: 3.000 mAh
- Peso: 162 gramas
- Cores: cinza, azul, rosa e preto
- Data de lançamento mundial: 02.05.2018
Ficha técnica – LG G7 Plus
- Tamanho da tela: 6,1 polegadas
- Resolução da tela: QHD+ (3120 × 1440 pixels)
- Formato da tela: 19,5:9.
- Câmera principal: teleobjetiva (16 MP, f/1.6 e 71º) e grande angular (16 MP, f/1.9 e 107º)
- Câmera frontal: grande angular (8 MP, f/1.9 e 80º)
- Sistema: Android 8 Oreo
- Processador: Qualcomm Snapdragon 845 (8 núcleos)
- Memória RAM: 6 GB
- Armazenamento (memória interna): 128 GB
- Cartão microSD: compatível
- Capacidade da bateria: 3.000 mAh
- Peso: 162 gramas
- Cores: cinza, azul, rosa e preto
- Data de lançamento mundial: 02.05.2018
“Primeiras impressões” oferecem um primeiro olhar sobre produtos e serviços recém-anunciados. Testes mais aprofundados costumam ser necessários para avaliar quesitos como duração de bateria, experiência de uso ou qualidade de câmera fotográfica.
O jornalista viajou para os Estados Unidos a convite da LG.
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