L.A. Noire é um jogo de 2011 da Rockstar, mesma produtora da GTA, que foi lançado primeiro no PC, Xbox 360 e PS3. Muitos anos depois o jogo retorna remasterizado, agora no PS4, Xbox One e Switch, recheado de conteúdos extras, algumas melhorias na jogabilidade e visual, porém com todo o conteúdo que os fãs curtiram na época. Mas será que este retorno improvável vai agradar quem está conhecendo o título agora? E quem jogou no lançamento original? Confira nossa análise das novidades:
O que é L.A. Noire?
Se você está chegando agora, não se preocupe, vamos te explicar. L.A. Noire não é um “GTA nos anos 40”. Na verdade o jogo tem elementos básicos da estrutura da série mais famosa da Rockstar, mas guarda pouquíssimas semelhanças em todo o restante. Trata-se de um título de mundo aberto, sim, mas de progressão bem mais linear e com foco nas investigações e detalhes que percorrem a polícia de Los Angeles da época.
Você controla Cole Phelps, policial da “Cidade dos Anjos”, que começa a colecionar resoluções de casos e aumenta seu número de prisões de forma exponencial. Com o destaque, pouco tempo depois, Phelps é condecorado a se tornar detetive, subindo de cargo e também de atribuições. Ao longo do jogo acompanhamos a história do agente da lei, conforme ele vai evoluindo e também descobrindo que o trabalho do lado da lei nem sempre é tão limpo quanto parece.
O nome não é por um acaso: o game lembra filmes clássicos, no estilo “noir”, de policiais dos anos 30 e 40. A narrativa é focada nas pessoas e na forma com que Phelps lida com todos ao seu redor – sejam eles vítimas, colegas da polícia ou os criminosos. A história é um personagem por si só, já que é densa e traz uma
Contudo, o que faz L.A. Noire ser memorável também pode se transformar em seu “Calcanhar de Aquiles”. O jogo é bom, disso não temos dúvidas. Quando saiu pela primeira vez, foi elogiado por muita gente. Esta nova versão pode ter encontrado, porém, aquela velha dor nas costas que vem com a idade. Continue acompanhando para entender melhor.
Afinal, está mais bonito?
L.A. Noire faz justiça à classificação e é realmente um game remasterizado. Não há milagres que façam um jogo de 2011 ficar equiparável a um lançamento de peso em pleno 2017, se não for refeito do zero – o que não é o caos. Mas ele está realmente mais bonito, e isso em todas as versões lançadas.
PS4 e Xbox One tiram proveito de visuais em resolução 1080p e até mesmo em 4K para quem tem as versões PS4 Pro e Xbox One X destes consoles. Já edição remasterizada do Switch tem algo muito próximo disso. Seu visual roda muito bem quando jogamos no “modo tablet” do videogame e perde pouquíssima qualidade quando está “docked”, ou seja, com a base ligada na TV. Além disso, no aparelho da Nintendo há ainda novidades nos controles. Em termos visuais, com exceção do 4K, todas as versões estão virtualmente idênticas.
A edição para Switch conta com sensores de movimento que usam o Joy-Con. É possível analisar objetos na cena do crime ao rotaciona-los com os controles na mão, imitando o mesmo movimento, além do HD Rumble, a função de vibrar do controle, que é aplicada de forma contextual, dando dicas de onde estão segredos ou detalhes das investigações. Por fim, controles de toque foram inseridos, algo raro em um game do console, para quem gosta de jogar no conforto do sofá, com o aparelho na mão.
Só essas adições, em todas as versões, já valeria o investimento em muitos casos. Mas ainda há espaço para mais: todos os DLCs previamente lançados no Xbox 360 e PS3 estão presentes, sem custo adicional. Estes conteúdos adicionais incluem casos policiais que não fazem parte da história principal, mas que ainda valem ser conferidos.
Mudanças aqui e ali
Pouco mudou na jogabilidade geral de L.A. Noire nesta versão. Os controles básicos ainda são os mesmos: anda, corre, atira, dirige carros, fala com as pessoas e investiga, entre outros comandos contextuais. Há, porém, pequenas modificações. O exemplo mais emblemático está nos interrogatórios. Quando Phelps questiona uma pessoa, opções com “Sim” ou “Não” foram modificadas para “Policial Bom”, “Policial Mau” ou até mesmo “Acusar”. As modificações foram acertadas e trazem o tom certo que o jogo precisa.
Aliás, vale abrir uma aspas na análise para voltar a elogiar a captura de movimentos das faces dos personagens neste jogo. Cada figura que aparece na história é um ator na vida real, com suas expressões faciais capturas e representadas em 3D de maneira extremamente fiel e “viva”. Tudo por conta do sistema de investigação: o jogador precisa estar atento ao que é dito, e também à expressão facial dos investigados, para saber se estão mentindo ou não. Trabalho primoroso e que também pode ser conferido neste relançamento.
Vale a pena?
Apesar de ser muito bom, de ter melhorias e mudanças, é sempre arriscado recomendar que um jogador que já tenha aproveitado o game em seu lançamento original pague o “preço cheio” por um relançamento. Sem dúvida alguma ele foi pensado no público que ainda não aproveitou a obra, e para este público, ele vale a pena! Você vai encontrar uma obra digna de seu tempo e um título que se esforça para ser bem “fora da curva”.
Por outro lado, por mais que esteja bonito, o jogo sente o peso da idade em suas mecânicas e, hoje, pode não ser apreciado por todos, por conta de sua jogabilidade mais “lenta” e “pensativa”. É claro que se você quer aproveitar, mesmo assim, nada te impede. Uma bola fora real, contudo, é a falta de legendas em português em todas as versões, levando em conta que trata-se de um game repleto de textos e contextos – ainda mais em um mundo onde GTA 5 foi totalmente localizado para o português de forma primorosa.
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