A história da Motorola também se mistura com a da telefonia celular no Brasil. O PT-550, lançado pela empresa em 1990, foi o primeiro dispositivo a ser comercializado no país. O telefone não era nada acessível e custava cerca de US$ 3,5 mil dólares. Isso tudo por um aparelho com bateria de míseras duas horas de conversação.

Star TAC (1996): sucesso de vendas

Motorola Star Tac foi um celular de flip clássico e que vendeu 60 milhões de unidades (Foto: Divulgação/Motorola)

O Star TAC foi um clássico da Motorola e até hoje está entre os aparelhos mais vendidos do mundo: foram 60 milhões de unidades. O sucessor do MicroTAC tinha design arrojado e que poderia ser dobrado ao meio. O celular também foi um dos primeiros a ter alertas por vibração e a indicar constantemente o sinal de rede. Para completar, o peso era bem atrativo, de apenas 88 gramas, menos do que um smartphone atual.

“Hello Moto” (2001): um dos toques mais famosos do mundo

O toque polifônico "Hello Moto" se tornou um dos alarmes de celular mais famosos (Foto: Allan Melo/TechTudo)

Não somente os celulares deram destaque para a Motorola. O alarme Hello Moto, inicialmente lançado em uma propaganda da empresa, tornou-se símbolo da marca durante anos e ganhou vários remixes. Quem lembra do mundo pré-iPhone deve ter recordações do ringtone que interrompia o silêncio em salas de aula, bancos ou outros ambientes. Para quem não sabe, a voz original é do americano Steve Hayden.

Razr V3 (2004): “Modinha” antes do iPhone

Motorola Razr V3 tinha design arrojado para a época e vendeu 130 milhões de unidades (Foto: Divulgação/Motorola)

O Razr V3 foi um celular com flip de design arrojado que caiu na graça do público e transformou o aparelho em uma febre. Foram mais de 130 milhões de unidades vendidas em todo o mundo. O modelo tinha teclado metálico espelhado, navegador web, toques MP3 e tela colorida de 2,2 polegadas, o que era um ótimo tamanho para a época. Na tampa, o telefone tinha ainda um pequeno visor para notificações.

DEXT (2009): O primeiro com Android

Moto DEXT foi primeiro aparelho da empresa a utilizado o Android (Foto: Divulgação/Motorola)

A Motorola demorou um pouco para começar a usar o sistema Android, até que, em 2009, chegou o Moto DEXT, rodando a versão 1.5 do sistema do Google. O aparelho tinha tela de 3,1 polegadas, memória RAM de 256 MB e 1 GB de armazenamento interno. Além disso, havia um teclado físico QWERTY deslizável para digitação, característica que marcou os smartphones da marca durante muito tempo.

Atrix (2011): O primeiro com leitor de digitais

Motorola Atrix foi primeiro equipado com leitor de digitais (Foto: Divulgação/Motorola)

A Apple pode ter popularizado o leitor de digitais com o iPhone 5S, em 2013, mas a Motorola foi a responsável por trazer a tecnologia para celulares, como com o Atrix. O gadget, poderoso na época, trazia o sensor na parte superior e utilizava um sistema parecido com o adotado no Galaxy S5 pela Samsung. Mesmo assim, o celular não conseguiu bater de frente com o iPhone 4.

Moto X (2013): o top que sacudiu a concorrência

Moto X popularizou o conceito de Android limpo e atualizações rápidas em 2013 (Foto: Elson de Souza/TechTudo)

Após a Motorola ser comprada pelo Google, havia muita expectativa sobre o primeiro lançamento da parceria: o Moto X. Apresentado em 2013, o smart dividiu opiniões por trazer configurações inferiores aos concorrentes: tela HD e processador dual-core, enquanto a Samsung tinha um Galaxy S4 com Full HD e chip octa-core. No entanto, o Android puro, atualizações rápidas e comandos de voz intuitivos fizeram com que o primeiro “Moto” ganhasse importância.

Moto G (2013): o smartphone mais vendido da marca

Moto G conquistou o público com bom desempenho, preço atraente e capinhas coloridas (Foto: Isadora Díaz/TechTudo)

Meses após lançar um top de linha, a Motorola fez o lançamento mundial do Moto G no Brasil, em novembro de 2013. O aparelho apostou na simplicidade do Android puro e do hardware intermediário a um bom custo-benefício.

A popularidade do celular foi instantânea, já que os dispositivos baratos da época eram criticados por excesso de travamentos e demora na atualização. Com isso, não foi necessário muito tempo até que o modelo se tornasse o smart mais vendido da história da empresa, embora os números nunca tenham sido revelados.

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Um breve histórico: de fabricante de baterias à marca mais popular do mundo

A Motorola foi fundada em 1928, como Galvin Manufacturing Corporation, nos Estados Unidos. O nome Motorola surgiu na década de 30, quando a empresa começou a produzir rádios para carros no Japão. Essa era uma junção de “Motor” e “Ola”, que lembravam vitrola e carros. A companhia, porém, adotou a marca somente em 1947. 

Antes de lançar o DynaTAC, a empresa produzia baterias portáteis, rádios para viaturas policiais, transmissores para taxistas, entre outros. A empresa foi a primeira a apresentar um transmissor FM portátil, usado pelo exército americano na Segunda Guerra. Em 1969, Neil Armstrong usou um aparelho da Motorola para transmitir as primeiras palavras da Lua, na missão Apollo 11.

Em 2014, a Lenovo comprou a Motorola do Google (Foto: Divulgação/Lenovo)

A partir de 1974, a Motorola começou a se destacar na telefonia móvel e liderou isoladamente até 1998, quando perdeu o lugar para a Nokia. Apesar disso, a linha Razr foi a mais bem-sucedida dos Estados Unidos até o surgimento do iPhone. No entanto, a queda nas vendas e o fracasso para reconquistar o público colocou a empresa em risco. 

Em 2013, a Motorola se dividiu em duas companhias: a Solutions, responsável por desenvolvimento de sistemas de telecomunicação, e a Mobility, que fabricava aparelhos celulares. A divisão de dispositivos móveis foi comprada pelo Google por US$ 12,5 bilhões, e a parceria ajudou a fabricante a recuperar prestígio, com os Moto E, G e X. 

Para surpresa do público, no início de 2014, a Motorola Mobility foi comprada pela Lenovo por US$ 2,91 bilhões, cerca de um quarto da transação anterior, já que o Google manteve as  patentes valiosas da empresa. Por fim, 42 anos mais tarde, a divisão mobile da Motorola é finalizada, deixando uma história importante na indústria de celulares.