É inegável dizer que o Galaxy Fold é um dos smartphones mais falados e mais importantes do ano passado. No entanto, também é verdade que estou farto de dizer na l.pt, que o mercado de smartphones está a passar por um sério período de estagnação. E que no fundo, qualquer smartphone de 200/300€ faz exatamente o mesmo que um topo de gama de 1000€+…
Então… O Galaxy Fold é apenas mais um smartphone!?
Não! Muito pelo contrário! A Samsung sabe muito bem que o mercado está estagnado! Dito isto, na minha mais honesta opinião, o Fold é nada mais que uma jogada para se manter à frente da curva.
Antes de mais nada, o Fold é o smartphone mais diferente do mercado!
Por isso, é um produto tecnológico que chama a atenção de todos… Quer tenha dinheiro disponível ou não! Ao fim ao cabo, o primeiro smartphone dobrável da Samsung esgotou em Portugal em menos de um mês, um país onde o ordenado mínimo está situado nos 600€, e o ordenado médio mal ultrapassa os 900€.
A estagnação neste gigantesco mercado só aconteceu, porque não existe inovação suficiente. Porque razão irá um consumidor trocar o seu iPhone X, ou Galaxy S8 por um S10, iPhone 11 Pro ou Huawei Mate 30 Pro? É verdade que a performance é maior, que temos mais qualidade nas fotografias, mais bateria, etc… Mas o salto não tem absolutamente nada a ver com o que podíamos encontrar no passado.
Assim, tendo tudo isto em conta, foi por tudo isto que a Samsung passou os últimos 6 anos a desenvolver um novo tipo de telemóvel. Mas a ideia aqui não foi apenas ser a primeira num novo mercado! É que ao fim ao cabo, o real objetivo da Samsung é mesmo dominar este novo segmento logo desde a sua infância. E pelos vistos, está no bom caminho para o conseguir.
Análise Samsung Galaxy Fold – Design, Ecrã e Uso no dia a dia
Design
O design do Fold já não é novidade para ninguém. Contudo, quando o temos na mão é que é possível perceber tudo aquilo que a Samsung tinha em mente.
Portanto, podemos contar com um ecrã principal dobrável de 7.3”, bem como um ecrã secundário de 4.6” que irá servir apenas e só para o safar se não tiver a hipótese de abrir o ‘menino’ Fold. Dois ecrãs que funcionam extremamente bem em conjunto, visto que pode abrir uma app no ecrã ‘pequeno’ e acabar o seu trabalho no ecrã ‘grande’ sem perder uma pitada da acção. (E vice-versa claro)
Posso dizer desde já, que ler artigos, ir ao Facebook, Instagram, etc… É uma experiência completamente nova. Isto já para não falar do que é ver vídeos no YouTube ou Netflix, ou tirar fotos! Mas isso é uma história para outra altura… Ou como quem fiz, vai ter de esperar pela análise detalhada.
No entanto, todo esta inovação também traz alguns aspetos negativos… Primeiramente, a dobra cria uma saliência no ecrã que infelizmente ainda é plástico em vez de vidro, algo que quando vê de frente passa despercebido, mas que em certos ângulos é realmente notório apesar de não incomodar nada por ai além. É um mal necessário que ao fim ao cabo acaba por não ser nada do outro mundo quando fica maravilhado com tudo o que vê à sua frente. (O novo dobrável que deverá ser lançado lado a lado com o Galaxy S20 já deverá corrigir um pouco esta situação.)
Análise Samsung Galaxy Fold – Uso no dia-a-dia
Posteriormente, temos também a situação de tentar utilizar este smartphone com apenas uma mão, o que não é mesmo nada fácil!
Na verdade, utilizar um smartphone de grandes dimensões com apenas uma mão já não é fácil há vários anos. Mas o Fold leva isto a outro nível! Visto que o ecrã secundário é demasiado pequeno para realmente ser utilizado como um smartphone a sério, o que nos ‘obriga’ quase sempre a abrir a máquina.
E claro está, abrir o Fold na nossa sala, no trabalho, no ginásio enquanto fazia bicicleta ou até na casa de banho, é simplesmente brutal! Mas abrir este bicho no metro, no comboio ou no meio da rua já uma experiência um pouco mais assustadora e menos prática… Tal é a quantidade de olhares que esta máquina puxa para si.
Posso dizer que tive este smartphone na minha posse desde dia 24 de Dezembro, mas que decidi não o levar para a passagem de ano em Lisboa, com medo de simplesmente ser assaltado no meio do metro enquanto me encaminhava para o Terreiro do Paço.
Ecrã Principal
Como já dissemos em cima, temos aqui acesso a dois ecrãs, um primário que transforma esta máquina num autêntico tablet quando o abre como se fosse um autêntico livro, bem como um ecrã secundário para o safar em situações em que abrir o aparelho não é a melhor ideia.
No entanto, o ecrã primário não conta com a clássica camada de vidro Gorilla Glass devido à falta de flexibilidade do material, em vez disso temos uma simples película de plástico. Ou seja, como deve imaginar, tudo isto torna o ecrã bastante mais frágil daquilo que seria de esperar num smartphone lançado em 2019. É no fundo um mal necessário, mas que vai ter de ter em conta caso queira mesmo comprar este smartphone!
Dou-vos um exemplo bem simples… Quantas vezes já limpou o ecrã do seu telemóvel às calças ou à sua t-shirt? Pois, com o Fold isso não me parece grande ideia! (Apesar de o ter feito umas quantas vezes :P)
Além disto, como estamos a falar de plástico, temos também uma dobra bem no meio do ecrã. Mas isto não é nenhum bicho de 7 cabeças, visto que a dobra é capaz do mesmo exato brilho do resto do ecrã. Ou seja, se tiver o ecrã diretamente à sua frente, a dobra fica 100% invisível.
Entretanto, o ecrã em si é simplesmente fantástico para consumo de conteúdo multimédia. Por isso, se é fã de Netflix, ou apenas adora ver vídeos da treta no YouTube para passar o tempo. Tem aqui uma máquina simplesmente obrigatória para o seu dia a dia. No entanto, infelizmente, vai ter de lidar com uma Notch no lado direito.
Ecrã Secundário
Já o ecrã secundário acaba por desiludir um pouco quando realmente precisa de o utilizar. Apesar de ser suficiente para várias acções que poderá precisar de fazer, é também manifestamente pequeno demais caso queira responder a um e-mail ou mensagem no WhatsApp. Por isso, vai acabar por utilizar o ecrã principal, mesmo para as tarefas que supostamente deveria fazer no ecrã mais pequeno.
Análise Samsung Galaxy Fold – Performance
Em termos de performance, o Galaxy Fold é uma autêntica besta! Nunca senti que fosse necessário mais potência ou mais memória nesta máquina. Aliás, cheguei a pensar que o SoC que dá vida a este smartphone fosse uma solução ‘custom’ em vez dos tradicionais processadores Exynos ou Snapdragon. Mas não, aqui podemos encontrar um processador Qualcomm Snapdragon 855, 12GB de RAM, bateria de 4235mAh e ainda 512GB de armazenamento.
São especificações brutais, que elevam este estranho e novo aparelho, para um patamar de performance fora de série. Mas isto não é novidade para ninguém, o hardware e software é exatamente o mesmo que podemos encontrar no Galaxy S10 ou Note 10. E em boa verdade, nestes smartphones, a performance também nunca foi problema.
No entanto, temos alguns toques da Samsung para transformar a experiência do One UI um pouco mais ‘Foldable’. Assim, para aproveitar o espaço extra do ecrã principal, poderá ter YouTube aberto, e ainda meter o WhatsApp e aplicação de e-Mails logo ao lado, para não perder pitada do seu dia-a-dia. É um novo mundo de multi-tasking para a plataforma Android, e ainda bem que assim é.
Então e os jogos?
O Galaxy Fold consegue transformar-se numa autêntica consola portátil! Uma Switch ainda mais poderosa diria eu. Jogar Dragon Ball Legends, Call of Duty Mobile, PUBG, etc… É um autêntico mimo com um ecrã destas dimensões.
Análise Samsung Galaxy Fold – Autonomia
Quando assisti ao lançamento do Fold, estava à espera de uma super bateria de 6000mAh ou mais. No entanto, a Samsung optou por uma célula de 4235mAh, que apesar de ter ficado um aquém do que estava à espera, cumpre bem a sua missão de oferecer um dia de uso intensivo ao utilizador.
Ou seja, há vários smartphones no mercado que lhe irão durar mais tempo… Mas nenhum lhe irá oferecer a mesma experiência deste ‘Fold’.
Entretanto, também tem suporte a Carregamento Rápido e Carregamento Sem Fios.
Análise Samsung Galaxy Fold – Câmeras
De forma muito curiosa, a Samsung decidiu que a melhor experiência fotográfica no Fold, passava por meter câmeras à frente e atrás. O que no fundo é basicamente uma experiência de 6 câmeras no seu total.
Assim, qualquer que seja a maneira que pega no smartphone, irá conseguir tirar uma foto com boa qualidade. Além disso, como as câmeras traseiras estão sempre do lado de fora, quer esteja fechado ou aberto, irá ter sempre acesso ao módulo principal de câmeras.
No entanto, se está à espera de algo super revolucionário nas câmeras do Fold… Pode esquecer, estamos basicamente a falar do mesmo sistema que podemos encontrar no Galaxy S10+. O que não é mau de todo, mas também não é nada de especial agora em 2020.
Análise Samsung Galaxy Fold – Conclusão
Em suma, o Samsung Galaxy Fold é sem grandes dúvidas um dos smartphones mais interessantes do mercado. No entanto, também acho que existe muito espaço para evoluir nos próximos anos.
Vale a pena comprar já?
Se adora tecnologia, claro que sim! Estamos a falar basicamente do smartphone mais avançado do planeta. No entanto, a compra terá sempre de depender da sua disponibilidade financeira.
Ou seja, se por acaso tem saudades da altura em que utilizava um tablet quase todos os dias, e quer aumentar a sua produtividade, ao mesmo tempo que quer estar na crista da onda tecnológica, e tem dinheiro para dispensar… Tem aqui uma máquina que poderá realmente mudar o seu dia-a-dia! (Para melhor)
No entanto, tem de estar pronto a adaptar-se ao smartphone, visto que a utilização só com uma mão não é de facto fácil, e o próprio aparelho não é tão fino ou leve como a grande maioria dos modelos no mercado.
Antes de mais nada, é preciso ter em conta que estamos a falar do primeiro aparelho dobrável produzido em massa. É no fundo um produto de primeira geração, e como tal, a Samsung apenas vai melhorar daqui para a frente. Aliás, no dia 11 de Fevereiro já vamos ter uma nova tentativa da Gigante Sul Coreana na forma do Galaxy Z Flip, que deverá deixar na gaveta a ideia do tablet, para pegar num design mais similar ao Moto RAZR.
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